O BUGIO, O LOBO E A RAPOSA
Querelou o Lobo da Raposa, dizendo que fizera um furto. Era juiz o Bugio. E a Raposa negou fortemente, disputando ambos diante do juiz, e cada um descobriu quantas maldades sabia do outro. Depois do Bugio os ouvir, pronunciou a sentença, dizendo que o Lobo não provara bem ser-lhe feito furto: mas que ele entendera que a Raposa tinha furtado alguma coisa; por tanto condenava a ambos que ficassem entre si sempre desavindos e suspeitosos.
MORAL DA HISTÓRIA:
Natural é maliciosos e
mentirosos cuidarem que não há homem que seja bom, nem verdadeiro; e por estas
suspeitas condenarem quantos conhecem e não conhecem. Também mostra esta Fábula
que os juízes que para condenar se regem não pela prova, senão por suspeitas;
tem saber de Bugio, que tudo sabe para mal, e não para bem.
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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)
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