AS POMBAS E O FALCÃO
Vendo-se as Pombas
perseguidas pela águia, que as maltratava de quando em quando, e buscando como
poderiam livrar-se, quiseram valer-se do Falcão. Tomou este o cargo de as
defenderem; mas começou a tratá-las muito pior, matando-as e comendo-as sem
piedade. Vendo-se sem remédio, diziam: Com razão padecemos, pois não nos
contentando do que tínhamos, soubemos tão mal escolher coisa que tanto nos
importava.
MORAL DA HISTÓRIA:
Direitamente parece que
fala esta Fábula com os príncipes cristãos, que tendo competências entre si,
muitas vezes chamaram em seu favor Mouros ou Turcos, do que depois se
arrependerão, como estas Pombas, e ficaram na sujeição que hoje Egito padece e
outras muitas províncias, em castigo de seus ódios, invejas, cismas,
abominações e outros pecados, causas de discórdias, e por conseguinte de total
destruição.
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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)
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