A NORA E A SOGRA
Uma mulher casada, que
tinha sogra, estava muito mal com ela, e uma à outra se tinham má vontade.
Acertaram de mandar a esta mulher certas coisas de doce, entre as quais vinha
uma mulher, feita de espécie. E disse quem as trazia, que aquela era a figura
de sua sogra. Ela partiu uma migalha, que meteu na boca, e tornando-a a cuspir,
disse: Basta que é sogra, que até de açúcar amarga.
MORAL DA HISTÓRIA:
Além de mostrar esta Fábula
uma coisa tão ordinária como é ódio entre noras e sogras, também nos ensina
quão má coisa é o ódio, e quanto para fugir, pois faz que o açúcar pareça fel,
como se vê muitas vezes, quando a boa obra que um inimigo faz à outro, ele a
não quer aceitar, antes a despreza e tem por má.
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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)
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