segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A bugia e a raposa (Fábula de Esopo), de Manuel Mendes da Vidigueira

 

A BUGIA E A RAPOSA

Rogava a Bugia à Raposa que copiasse a metade do seu rabo, e lhe desse, dizendo: Bem vês que o teu rabo arroja e varre a terra, e é defeito por demasiado; o que dele sobeja me prestar a mim, e cobrir-me estas partes que vergonhosamente trago descobertas. Antes quero que arroje, disse a Raposa, e varra o chão, e me seja pesado, que aproveitares-te tu dele. Por isso não to darei, nem quero que coisa minha te preste. E assim ficou sem ele a Bugia.

MORAL DA HISTÓRIA:
Semelhantes são a esta Raposa todos os invejosos, que deixaram de escarrar, se souberem que presta o seu cuspinho, e todos os avarentos, que do muito que em sua casa sobeja não querem partir com o pobre que lhes mostra sua necessidade, como aqui a Bugia mostra à Raposa.


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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)

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