As mãos e os pés revoltaram-se um dia. Trabalhamos tanto, estamos
em contínuo lidar e tudo é em proveito do estômago, que aí fica folgado,
empregando em vantagem sua quanto adquirimos. Não estamos mais por isso,
queremos folgar, e viva o estômago como puder. Admoestações, rogos, instâncias,
nada valeu. O estômago ficou em jejum; mas para logo todo o corpo caiu em
debilidade; braços, pernas, pés e mãos foram dos primeiros a sentir um
entorpecimento, uma languidez que os assustou; compreenderam que iam morrendo;
voltaram pois ao seu antigo ofício, e dentro em pouco, graças ao condescendente
estômago, se acharam restituídos à antiga robustez.
MORAL DA
HISTÓRIA: Todos
somos membros de um vasto corpo, que é a sociedade; cada um exerce funções
especiais, mais subidas, mais humildes, porém todas indispensáveis pára a
prosperidade e até para a existência de todos.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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