sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Os membros e o estômago (Fábula), de Justiniano José da Rocha

 


OS MEMBROS E O ESTÔMAGO 

As mãos e os pés revoltaram-se um dia. Trabalhamos tanto, estamos em contínuo lidar e tudo é em proveito do estômago, que aí fica folgado, empregando em vantagem sua quanto adquirimos. Não estamos mais por isso, queremos folgar, e viva o estômago como puder. Admoestações, rogos, instâncias, nada valeu. O estômago ficou em jejum; mas para logo todo o corpo caiu em debilidade; braços, pernas, pés e mãos foram dos primeiros a sentir um entorpecimento, uma languidez que os assustou; compreenderam que iam morrendo; voltaram pois ao seu antigo ofício, e dentro em pouco, graças ao condescendente estômago, se acharam restituídos à antiga robustez.

MORAL DA HISTÓRIA: Todos somos membros de um vasto corpo, que é a sociedade; cada um exerce funções especiais, mais subidas, mais humildes, porém todas indispensáveis pára a prosperidade e até para a existência de todos.

  

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Ano de publicação: 1852.
Origem: Brasil  (imitadas de Esopo e La Fontaine)

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