Uma família abastada, que vivia no campo,
tinha três galos na capoeira.
O primeiro era um lindo animal, destes que
têm espora no pé, crista refolhada, lindas penas de cores e cantam como reis
absolutos.
O segundo, mais novo, era também bonito galo
de estimação — para o futuro.
E o terceiro, ainda franganito, mal
esganiçava o canto atrevido.
Houve uma grande festa na terra, e para casa
da tal família veio hospedar-se um Fidalgo de cerimônia.
Mal esta novidade chegou às capoeiras, pôs-se
o galo mais velho a cantar de cima de uma árvore, sabendo por experiência que
haveria degola de inocentes.
— Có-que-ró-có, Fidalgo na casa! Responde o
outro, mais abaixo:
— Cá-que-rá-cá, qual de nós será?!
E o pequenino, muito triste, por se
considerar perdido, cantou, lamentoso:
— Qui-que-ri-qui, ai de mim!!
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Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2021)
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