OS DOIS VIAJANTES
Dois viajantes perderam-se no caminho, e depois de muito terem
andado, chegaram a uma terra desconhecida. Os guardas da fronteira os prenderam
e levaram à presença do rei. Guardas, rei, todos na terra eram macacos. O que
vos parece de mim e do meu povo? perguntou-lhes o rei depois dos primeiros
cortejos. — Senhor, disse um dos viajantes, facilmente se vê que sois o
magnânimo rei de um povo generoso e ilustrado. O rei sorriu-se benigno. Senhor,
disse o outro, basta ter olhos para ver que vosso povo se compõe de monos, e tudo,
até esse feio rabo que ali se enrosca detrás de vosso trono, diz que também
sois mono. Tanto bastou para que os guardas do rei caíssem sobre o indiscreto,
e o esquartejassem; o outro foi muito agasalhado, e retirou-se cheio de
presentes.
MORAL DA HISTÓRIA: A verdade irrita os maus, a mentira é por eles bem acolhida.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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