OS DOIS BURROS
Iam dois burros, um carregado de sal, outro de esponjas. Chegaram
à beira de um rio, nenhum quis desviar-se para ir à ponte, que próxima ficava,
e que lhe daria passagem enxuta; o do sal meteu-se pela, água dentro, o das
esponjas ficou parado a ver o que ao seu companheiro sucedia. A água do rio
infiltrou-se na carga, e a foi dissolvendo, de modo que, quando saiu do banho e
surgiu na outra banda do rio, o burro apenas conservava metade ou o terço do
peso que lhe fora posto, e o maganão alegre se felicitava pela sua lembrança.
Vendo-o tão satisfeito, o outro salta na água, pensando que outro tanto lhe
sucederia. Coitado! as esponjas tomaram água; o peso tanto argumentou que, não
podendo mais, o burro caiu morto.
MORAL DA HISTÓRIA Antes de vos resolverdes a fazer como os outros, e de pensardes que bem vos sucederá o que bem lhes sucedeu, vede se entre vós e quem quereis imitar, há perfeita igualdade e semelhança.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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