O VELHO BARQUEIRO E O MOÇO
Ia remando um barqueiro velho, embora seguisse a correnteza das
águas; um moço que à beira do rio estava brincando, pôs-se a escarnecer dele:
Por que te afadigas assim? Para que remas? O correr das águas basta para levar
por diante a tua casca de noz. Dá-ma que eu te vou mostrar. O barqueiro, que
era velho e experimentado, sorriu-se e respondeu: Se te der a minha barca, e
fizeres o que dizes, perdes-te. — Pateta! tornou o moço — Pois toma lá, disse o
barqueiro saltando em terra; dá-ma a tua lição; sempre se está em idade de aprender.
O moço saltou no barco, e largando os remos e leme, pôs-se a
cantar. A água levou a casquinha de noz com excessiva impetuosidade, e
arremessou-a de encontro a uma pedra. Com o abalo interrompeu o moço o seu
cantar, viu o perigo, lançou mãos dos remos e do leme; atordoado, não soube
como haver-se, implorou o auxílio do velho barqueiro; mas já era tarde. De
encontro às pedras o barco quebrou-se, o moço morreu afogado.
MORAL DA HISTÓRIA: O imprudente arremessa-se a perigos ocultos que o homem prudente vai desde princípio evitando.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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