O PAVÃO E JUNO
Um formoso pavão excitava com a beleza das suas penas a curiosa
atenção de alguns homens que o estavam admirando, e que lhe não poupavam gabos.
Súbito ouviram estes o cantar de um rouxinol, e logo tudo esquecendo, procuram
chegar-se para o lugar de onde partiam tão suaves melodias. Abandonado, o pavão
encheu-se de raiva, e queixoso foi ter com Juno. Porque há de um passarinho,
feio e sem graça, cantar melhor do que eu; porque me não deste a voz do
rouxinol? perguntou. Não sejas ingrato, respondeu lhe Juno; cada animal tem
suas prendas, nenhum tem tudo; à águia coube a força, ao rouxinol a voz, a ti
essa plumagem recamada de estrelas e de esmeraldas; não és dos mais mal
aquinhoados. — Sim; mas quisera cantar como o rouxinol, tornou o pavão.
MORAL DA HISTÓRIA: Poucos se contentam com o que têm, todos invejam o alheio, e assim se fazem desgraçados.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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