Houve guerra entre as aves e os outros irracionais; o povo de
penas, tendo à frente a águia, o povo de pelo tendo por chefe o leão,
disputavam a primazia. As aves foram vencidas. Entre elas, em razão de ter asas
e somente duas patas, militava o morcego; vendo este mal parada a causa dos
seus aliados, passou-se para os inimigos. Como é isso? disse-lhe um deles, tu
por aqui! pois não és ave? — Ave eu! exclamou o morcego, e o meu pelo, onde
está o meu bico? sou primo irmão do rato; morram as aves! Dá-se um combate, o
covarde morcego cai no poder de uma coruja; iam matá-lo, quando ele: “Pois
assim desconheceis um dos vossos! exclama; não vedes as minhas asas? vivam as
aves!”
MORAL DA
HISTÓRIA: Morcegos
assim não faltam neste mundo; nas discórdias civis só querem eles quinhão de
despojos, estão sempre com o vencedor.
---
Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
Nenhum comentário:
Postar um comentário