Tinha uma raposa um rabo tão comprido, que andava sempre caído,
sem graça, e varrendo o chão. Um mono, que tão pelado tinha o seu, que andava
sempre descomposto, lhe disse: “Camarada, podes servir-te a ti própria,
servindo-me a mim; dá-me o que de rabo te sobra, para suprir o que me falta;
assim ficarei eu em estado de poder passear sem pejo, e tu ficarás mais
elegante e mais leve”. — Antes quero ter o meu rabo assim mesmo pesado, e
arrastando, do que dar-to. Cada um com o que é seu, cada um por si, disse a
raposa.
MORAL DA
HISTÓRIA: Há muitos
que antes querem conservar coisas inúteis e até nocivas, só por serem suas, do
que dá-las a quem, aproveitando-as, retribuir-lhes-ia com tesouros que nunca
são excessivos às bênçãos dos desvalidos.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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