Descuidando-se um dia, um lenhador quebrou o cabo de seu machado,
e assim desarmado, deixou em sossego as árvores. Por fim, muito humilde e
choroso, foi pedir-lhes que lhe emprestassem um galho, com que pudesse fazer um
cabo para o seu machado, declarando que era o único recurso com que ganhava,
suando e lidando, o parco alimento de sua numerosa família; dessem-lhe o
precioso cabo e prometia não trabalhar mais nessa mata, e respeitar todas as
suas árvores e arbustos; não lhe faltaria em que ocupar-se. Movidas de tanta
dor e de tanta súplica, confiadas em tão positiva promessa, até as árvores
deram o pedido galho. E logo o lenhador pôs ao machado um cabo, novo e forte, e
logo viçosos galhos, troncos robustos caíram ao afiado gume de machado, que
pouco tempo deixou às árvores para chorarem arrependidas a sua crédula
benignidade.
MORAL DA HISTÓRIA: Quantos se servem do benefício em dano imediato do benfeitor! Perdoai ao vosso inimigo: mas é de louco dar-lhe meios de continuar a fazer mal.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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