O LEÃO VELHO
De velho e enfermo jazia moribundo um leão que, em moço, havia
sido o terror das brenhas. Apareceu um javali, e, para vingar-se da antiga
injúria, deu-lhe com o focinho, e foi-se; após o javali veio um touro;
seguiram-se outros animais e cada qual se desforrava a seu modo. O leão sofria
calado. Veio por fim um burro, e deu-lhe um coice: o leão não pode conter-se: Até
aqui sofri resignado, disse, e a quantos insultos recebia opunha a lembrança do
que tinha sido outrora, quando até do meu rugido todos esses tremiam; mas agora
tu também, tu miserável burro!... Isto é morrer duas vezes!
MORAL DA HISTÓRIA: Quando a desgraça acomete um homem, não falta quem venha com ele ajustar contas: o homem nobre e infeliz tudo sofre resignado; há porém burro tão burro e tão vil, que torna impossível a resignação.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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