O LEÃO E O RATO
Pôs-se a dormir um leão; uns ratos, cheios de imprudente
intrepidez, vieram brincar ao redor dele, e com os seus saltos o acordaram.
Todos, fugiram; um único, por mais descuidado, ficou no poder do leão.
Felizmente é nobre como um rei, o rei dos animais; condoído dos sustos do
mísero ratinho, desdenhou tão mesquinha vingança, e soltou o animalejo. Dai a
dias, andando desprevenido, deixou-se o leão enlear em uma rede, e sem embargo
da sua força, estava no poder dos caçadores. O ratinho soube deste desastre, e
logo foi ter com o seu benfeitor, para retribuir-lhe o favor que dele recebera.
De feito, agarrou-se à rede e com tal diligência pôs-se a roer malhas e
cordéis, que logo o leão pôde desenlear-se, e voltar para suas brenhas.
MORAL DA HISTÓRIA: Uma boa ação nunca fica perdida. Não há quem, por mísero e insignificante, não tenha sua hora de força e valimento.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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