O LEÃO E O MACACO
O rei dos animais convocou-os a todos em assembléia geral para
tratar de assuntos graves. Acudiram estes ao convite, que consideravam grande
honraria. E o leão lhes disse: “Prestantes e estimadíssimos vassalos, convidei-vos
para que me tirásseis de uma dúvida: há muito que quero saber se o meu bafo
fede ou cheira; vou consultar-vos a cada um em particular”. Tomou-os um por um,
e os consultou, aos que diziam que fedia: “Insolente! tens o atrevimento de
dizer que fede o bafo de teu rei!” tornava-lhes o leão, e logo os matava.
“Adulador! pois tens cara de dizer-me a mim, que o meu bafo cheira, dizia aos
que para lisonjeá-lo mentiam; não gosto de quem me quer enganar!” E os matava.
Chegou a vez do macaco: Senhor, há de Vossa Majestade perdoar-me, disse o
espertalhão; ando há quinze dias com um defluxo horrível; sai da cama,
apresentei-me, só para não faltar à devida obediência: mas não estou em estado
de perceber cheiro algum. Riu-se o leão da sutileza, e o macaco foi salvo.
MORAL DA HISTÓRIA: Para que ter pressa de dizer o que, não podendo trazer utilidade alguma, só traz comprometimento?
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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