segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O gavião e o sabiá (Fábula), de Justiniano José da Rocha

 

O GAVIÃO E O SABIÁ 

Já tendo crescidinhos os filhos, o sabiá largou uma vez o ninho, para ir em busca de alimento. De volta achou próximo um gavião. Espavorida a mãe com a presença da ave de rapina, não fugiu, pois era mãe, e procurou com súplicas salvar a prole. “Bem,” disse o outro, “não matarei teus filhos, se quiseres cantar alguma coisa que me divirta.” Impondo silêncio à sua aflição, começou o sabiá as suas mais belas, mais suaves melodias. Não presta, não presta, brada o gavião, é velha como minha avó esta música. Disse e ia devorar os filhinhos do sabiá, quando atraído pelo canto chega um caçador, que o mata.

MORAL DA HISTÓRIA: O malvado que escarnece do desgraçado, acha sempre castigo imediato. 

 

   ---
Ano de publicação: 1852.
Origem: Brasil  (imitadas de Esopo e La Fontaine)

Nenhum comentário:

Postar um comentário