O GALO E A RAPOSA
Vendo aproximar-se uma raposa, um galo trepou com as galinhas a um
alto pinheiro. A tanta altura não podia alcançar o malfazejo bicho, procurou
pois valer-se da astúcia. “Olá! Sr Galo, disse, de que tem medo? porque sobe
tão alto? pois ignora que está feita a paz eterna entre todos os animais! pois
ainda não lhe foi comunicada tão grata noticia? Neste caso, quero alvíssaras.
Ora desça, abracemo-nos, festejemos este dia de universal reconciliação”.
Percebeu o galo a mentira; dissimulando porém, e não se dando por achado: Muito
folgo com a notícia, respondeu, e já desço para mostrar-lhe o meu
contentamento: mas aí vem chegando uns cães, junto com eles melhor festejaremos
tão bela paz.
“Aí vem cães?” disse a raposa; “pode ser que os malditos ainda não
saibam da paz”. E safou-se mais ligeira do que tinha vindo.
MORAL DA HISTÓRIA: Não crer de leve é o conselho da prudência; reconhecendo a impostura, dissimular é o melhor meio de evitá-la.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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