sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O galgo velho e seu amo (Fábula), de Justiniano José da Rocha

 

O GALGO VELHO E SEU AMO 

Bom caçador fora outrora um galgo; sempre farejava e descobria a presa, e quanta farejava, pronto fisgava. Seu amo enchia-o, de afagos e carinhos. Mas para os galgos, como para a gente, passam os anos, chega a velhice; o pobre galgo perdeu o faro, perdeu os dentes, e já não descobria a presa; e se a descobria, a não apanhava. Uma vez, um coelho, que ele conseguira apanhar, safou-se-lhe da desdentada boca. O amo chega, e irado o açoita.

Senhor, disse-lhe chorando o velho, pois não mereço, em atenção aos serviços passados, não mereço alguma compaixão?

MORAL DA HISTÓRIA: A lição deste galgo vos diz como sereis tratados por aqueles a quem já não puderdes servir.

 

   ---
Ano de publicação: 1852.
Origem: Brasil  (imitadas de Esopo e La Fontaine)

Nenhum comentário:

Postar um comentário