O CARREIRO EM APUROS
Em terrível pântano achava-se uma vez, por descuido do carreiro,
atolado um carro. O homem gritava, ralhava, aguilhoava os seus bois; dobravam
estes de esforço, nada conseguiam; o pegajoso barro prendia as rodas. O
carreiro pôs-se então a suplicar a Deus e aos santos, fez-lhes promessas de
esmolas, de oferendas, se lhe safassem o carro do perigo. Então ouviu uma voz
que dizia: O céu vai-te ajudar: anda lá, toma a enxada, desprende da lama a
roda, examina onde mais sólido está o chão; bem, cava e limpa esse maldito
barro, empurra a roda; agora toca teus bois. Ótimo! Vê lá o teu carro como vai
andando. Cuidado com outros atoleiros! Vendo feito o milagre o carreiro
ajoelhou-se agradecido. Então a voz se lhe fez de novo ouvir: Tens razão de
agradecer, pois ficaste sabendo que o céu sempre ajuda a quem se ajuda a si
próprio.
MORAL DA HISTÓRIA: Nos lances da vida aproveitemos a força e a inteligência que Deus nos concedeu, quem por indolente ou por desacoroçoado cruzar os braços, não conte com milagres que o salvem.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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