O CANIÇO E O CARVALHO
Condoo-me de ti, disse orgulhoso o carvalho a um caniço; mal sopra
branda aragem, ai estás a inclinar-te, a tremer, a humilhar-te. Faze como eu;
por mais rijo que sopre o furacão, oponho me altivo, obrigo-o a quebrar-se de
encontro a mim, a desviar-se. — Outro tanto quisera fazer, mas não posso,
respondeu o caniço; tu és robusto, e eu fraco, tuas raízes enterram-se rijas
pela terra dentro, as minhas ficam-lhe pela superfície. O carvalho sorriu-se
desdenhoso. Súbito levanta-se uma formidável ventania; o carvalho quer resistir;
com o seu ímpeto ela o arranca pelas raízes; o caniço, porém, havia vergado,
havia-se inclinado até o chão, e quando passou o tufão, reergueu-se sem ter
sofrido coisa alguma.
MORAL DA HISTÓRIA: Quando sopra o vento da adversidade, os soberbos quebram-se, os humildes pouco sofrem.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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