O CACHORRINHO E O BURRO
Tinha um homem um cachorrinho e um burro. Toda a vez que voltava
da rua, o cachorrinho lhe fazia festa, lhe saltava ao colo; e o senhor o
afagava, dava-lhe docinhos, brincava com ele. Via-o o burro, e mordia-se de
inveja: assentou de si para si que, se fizesse o mesmo que o cachorrinho, seria
tratado da mesma maneira. Vai no dia seguinte, à hora em que seu amo costumava
recolher-se, pôs-se à espreita; e mal o vê entrar, começa a zurrar, a saltar,
encosta-lhe aos ombros as patas, quer lamber-lhe a cara. Espantado o senhor
chama quem lhe acuda; chegam os criados, e a poder de pancadas arrumam o burro
na estrebaria.
MORAL DA HISTÓRIA: Nada assenta bem senão quando pela própria índole é inspirado: um burro a fazer meiguices faria rir as pedras. Cada qual para o que Deus o fez.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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