AS VESPAS E AS ABELHAS
Demandavam as vespas e as abelhas acerca da propriedade de um favo
de mel; foi juiz da causa a formiga. Inquiridas as testemunhas, depuseram todas
que tinham visto em torno desse favo uns insetos escuros, compridos, com asas,
tais quais as vespas, diziam umas, tais quais as abelhas, diziam outras. Estava
o juiz perplexo; o pleito já durava mais de seis meses, e prometia durar anos;
escrivães, procuradores, advogados, já, de parte a parte, tinham devorado mais
do que valia o favo, quando uma abelha prudente: “Para que estamos com estas
coisas”, disse, “se o favo é das nossas contrárias, façam elas outro, que nós
outro igualmente faremos, e ver-se-à quem delas ou de nós foi capaz de fabricar
esse que pretendem lhes pertence”. As vespas não quiseram anuir, e assim, o
juiz pôde sem escrúpulo condená-las.
MORAL DA HISTÓRIA: Pela obra se conhece o
artífice.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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