A TORRENTE E O RIO
Com grande fracasso precipitava-se de altas serras uma torrente;
tudo era horror em torno dela, ninguém se atrevia a transpô-la, afrontando as suas
iras. Apertado por uns ladrões, um viajante não teve outro remédio, cumpria-lhe
ou entregar-se aos ladrões, ou romper pela torrente; atirou-se pois. A água era
pouco profunda, e sem embargo das suas roncas, não ocultava o menor perigo.
Prosseguindo em sua viagem, viu-se o nosso homem impedido por um
rio que plácido e sereno se deslizava sem o menor sussurro. Isto não é
obstáculo para mim, disse, para mim que afrontei a torrente! E saltou ao rio.
Enganou-se porém; o rio era mui profundo; não deu vau e o mísero afogou-se.
MORAL DA HISTÓRIA: Os palradores, vociferando bravatas, são mais inofensivos do que os concentrados e silenciosos.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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