A romã simboliza a fecundidade e a riqueza pelo grande número de sementes que
em si contém. Foi um fruto muito apreciado pelos antigos que o tinham em
especial estima.
Dario, o grande rei asiático, repetia
frequentemente que só desejava possuir tantos amigos fiéis como de sementes tem
uma romã.
Era também frequente, naqueles bons remotos
tempos os povos presentearem os reis que os visitavam com romãs, significando
assim que lhes desejavam tão numerosos e felizes anos de vida, como as sementes
contidas nos frutos.
Na Turquia, as noivas, após a cerimônia do
casamento, atiram violentamente com uma romã ao chão; se o fruto não rebentar é
sinal que não terão filhos, e rebentando terão tantos quantas forem as sementes
que dele se espalharem pelo solo.
A romãzeira era também árvore fálica por
excelência, fato confirmado pela seguinte e antiquíssima lenda narrada por
Opiano.
Um homem viúvo namorou-se tão furiosamente de
uma filha por nome Sida, que esta teve de suicidar-se para escapar à infame
perseguição do pai. Os deuses condoídos transformaram Sida em romãzeira e o pai
em falcão, e é por isso — diz Opiano — que estas aves nunca pousam na
romãzeira, evitando-a cuidadosamente.
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Ano de publicação: 1892
Origem: Portugal
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2021)
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