A LENDA DA AMOREIRA
NEGRA
Esta amoreira que mais tarde recebeu o nome
científico de Morus nigra, tem
uma comovente e célebre história de amor.
Tisbe tinha marcado uma entrevista a Píramo
sob a copada folhagem de uma amoreira. Tisbe chegou primeiro, e enquanto
esperava o bem amado apareceu uma leoa com a boca ainda tinta do sangue da
presa que acabara de devorar. A donzela cheia de medo, fugiu correndo, e o
vento arrancando-lhe o véu, que lhe envolvia a cabeça, atirou-o junto da leoa,
que o despedaçou, tingindo-o de sangue.
Píramo, ao chegar, vê o véu, e julgando que a
amante fora devorada pelas feras, cheio de desespero, suicida-se junto da árvore
que por tanto tempo lhes abrigara os belos e deliciosos sonhos de amor.
Tisbe, volta pouco depois, e, dando com
Píramo moribundo, trespassa o coração com o mesmo ferro de que ele se servira e
cai morta sobre o corpo do amante.
Os frutos da árvore brancos até então ficaram
depois, para sempre, negros.
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Ano de publicação: 1892
Origem: Portugal
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2021)
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