A COBRA GRANDE OU SERPENTÁRIO
Havia antigamente, contam, uma moça que o
demônio emprenhara e que depois deu à luz o dragão. Foi crescendo então aquele
dragão sem nunca deixar a mãe. Para onde a mãe ia, ele ia. Queriam tirá-lo da
mãe e não o podiam.
Por isso, mandou que ele subisse a uma
sorveira e então fugiu dele. Contam que chorou e pediu à avó.
— Minha avó, me dá minha mãe...
A avó respondeu:
— Eu não sei onde ela está. Contam que depois
dissera:
— Eu já vou, minha avó. Não queres me dar
minha mãe, ouve então quando eu gritar e me responde.
Voou logo para o céu.
Já quando ia alta a noite ele gritou e a
velha estando a dormir não ouviu. Quando pela terceira vez estava para
extinguir-se a voz, a velha acordou.
É por isso que a gente não perde a pele e só
isso acontece com aquilo que respondeu, como lagartos, cobras e árvores.
Hoje ele aparece no céu.
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Ano de publicação: 1890.
Origem: Brasil (Amazonas)
Pesquisa e adequação
ortográfica: Iba Mendes (2021)
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