O cágado tinha uma gaita em que tocava com
grande admiração de todos os outros animais, e o jacaré tinha muita inveja. Uma
vez ele foi esperar o cágado no lugar que este costumava ir beber água, e
pôs-se ao lado de fora da fonte, deitado. Quando o cágado chegou o saudou,
dizendo:
— Oh,
amigo jacaré, como vai?
— Estou apanhando sol, amigo cágado.
O cágado bebeu sua água e pôs-se a tocar a
gaita, e o jacaré disse:
— Amigo
cágado, me empresta esta gaita para eu experimentá-la.
O cágado deu, e o jacaré pulou com ela dentro
d’água, e foi-se. O cágado ficou muito zangado, e foi-se embora. Passados dias,
ele foi a um cortiço, engoliu muitas abelhas e foi-se pôr no lugar aonde o
jacaré costumava apanhar sol, escondeu-se nas folhas com o rabo para cima.
Labreou o traseiro bem de mel, e, de vez em quando, largava uma abelha: "zum”.
O jacaré, vendo aquilo, supôs ser algum cortiço, e meteu o dedo; o cágado
apertou-o e disse:
— Só o
largo quando me der conta da minha gaita.
E foi arrochando cada vez mais. O jacaré
abriu a boca no mundo e pôs-se a gritar:
O rapaz de lá ouvia mal, e dizia:
— O
quê, meu pai?... A camisa?
O jacaré, vexado, gritava com mais força:
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