A RAPOSA E O HOMEM
A raposa foi deitar-se no caminho por onde o homem tinha de passar, e fingiu-se morta.
Veio o homem e disse:
— Coitada da raposa!
Fez um buraco, enterrou-a e foi-se embora.
A raposa correu pelo mato, passou adiante do homem, deitou-se no caminho, e fingiu-se morta.
Quando o homem chegou, disse:
— Outra raposa morta! Coitada! Arredou-a do caminho, cobriu-a com folhas e seguiu adiante.
A raposa correu outra vez pelo mato, deitou-se adiante no caminho e fingiu-se morta.
O homem chegou e disse:
— Quem terá morto tanta raposa? Arredou-a para fora do caminho, e foi-se.
A raposa correu, e foi fingir-se outra vez morta no caminho.
O homem chegou e disse:
— Leve o diabo tanta raposa morta! Agarrou-a pela ponta do rabo, e atirou-a para o meio do mato.
A raposa disse então:
— Não se deve abusar de quem nos faz bem.
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